por Raquel da Silva Martins
A internação domiciliar se caracteriza por uma dinâmica de relações afetivas muitas vezes complexas, pelo entrelaçamento de experiências das pessoas envolvidas: paciente, familiares e equipe de saúde.
A tendência é que familiares participem mais ativamente de todo o tratamento, e que os profissionais atuem dentro de um envolvimento mais pessoal. Criando assim um “campo psicológico” menos neutro. Essa proximidade aumenta a possibilidade de conflitos. Acrescente-se a isso o fato de a doença já ser um fator de angústia que desencadeia, em geral, ansiedades, conflitos e fantasias, que envolvem todos.
Um suporte psicológico é extremamente necessário para minimizar e evitar dificuldades que comprometam o tratamento.
Através da avaliação psicológica, identifica-se os mecanismos de defesa, os aspectos psicodinâmicos do adoecer e do contexto domiciliar.
O psicólogo trabalha facilitando a relação família-equipe e/ou paciente-equipe, pois problemas na comunicação podem gerar insegurança e tornar a assistência domiciliar um incômodo para o paciente.
O diálogo constante com outros membros das equipe ajudam a entender as implicações orgânicas de cada caso.
O psicólogo pode levar para os outros membros da equipe, a subjetividade do paciente, do seu cuidador e da família.
Nos atendimentos feitos a 55 pacientes (e suas famílias) sob assistência ou internação domiciliar na Cuidar Home Care, verificou-se que dos pacientes e/ou famílias atendidos pela psicologia, 80% apresentaram queda na ansiedade, 50% apresentaram maior adaptação na internação domiciliar, 55% apresentaram menor resistência ao tratamento, 40% maior adesão e 20% não apresentaram problemas na internação domiciliar. Além disso, a intervenção do psicólogo facilitou a comunicação entre família-paciente-equipe.
A interdisciplinaridade de uma equipe de saúde favorece a compreensão multifatorial da doença, que permite intervenções de caráter global. A atuação da psicologia no atendimento domiciliar direciona-se ao bem-estar emocional do paciente, do cuidador, da família e da equipe, contribuindo para a doença e o sofrimento psíquico associado sejam enfrentados com equilíbrio e o tratamento seja o mais satisfatório possível.
Raquel da Silva Martins é psicóloga da Cuidar Home Care
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário