segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mentes Curiosas



Pacientes, prestadores de serviços de saúde e familiares encontram a cura graças aos enfermeiros que perguntam “por que?”
Por Geoff Brown

Patricia Grady, PhD, pesquisadora de longa data de cardiopatias e desordens neurológicas e diretora do norte-americano National Institute of Nursing Research (NINR) -  Instituto Nacional de Pesquisas em Enfermagem, diz que para se entender a pesquisa em enfermagem é preciso entender o papel especial dos enfermeiros.
"Estamos na interface da mente e do corpo, da biologia e do comportamento", justifica Grady.

Mais do que qualquer outro profissional da Saúde, os enfermeiros são mais adequados para observar e indicar ajustes no tratamento, medicamentos e mesmo nas rotinas dos pacientes. Eles têm capacidade de enxergar não apenas a evolução médica, mas também os resultados humanos do tratamento ou os comportamentos emocionais que podem levar à necessidade de tratamento. Com isso, a pesquisa em enfermagem pode fornecer insights especializados e descobertas que pesquisadores de outras áreas da Saúde frequentemente ignoram”.

Martha Hill, PhD, RN e reitora da Johns Hopkins University School of Nursing, exemplifica: "Pesquisadores de Enfermagem buscam respostas para as seguintes perguntas: Do que os pacientes precisam? O que os enfermeiros fazem para satisfazer essas necessidades? Em que medida isso faz a diferença? E para quem? Enfermeiros também investigam aspectos importantes não apenas para o paciente e sua família, mas para os outros membros da equipe: médicos, famacêuticos, assistentes sociais”.
São esses papéis e habilidades específicos que dão à pesquisa em Enfermagem uma crescente importância para a evolução da saúde. A pesquisa em Enfermagem começa a tirar vantagem de seu vasto conhecimento baseado na experimentação e evidência, na sabedoria e na curiosidade pelo contato direto com pacientes nos mais diversos cenários.
 
"A pesquisa em Enfermagem vem sendo requisitada por outros campos de pesquisa como parte decisiva na obtenção de um quadro geral da saúde”, diz Grady. "Há um novo foco baseado na prevenção e na interação com o paciente, o que é o ambiente natural para os enfermeiros”.

"Os enfermeiros, com sua experiência “de campo”, sabem da necessidade de um olhar atento não apenas aos aspectos fisiológicos de seus pacientes, mas também aos fatores psicológicos, sociais e emocionais, tão determinantes quanto o primeiro no resultado do tratamento", afirma Hill. "É um magnífico trabalho multidisciplinar."
Uma Disciplina em Ascenção

O
atual foco na pesquisa multidisciplinar da Saúde trouxe
reconhecimento aos pesquisadores da Enfermagem, coisa que parecia impossível nos EUA há algumas décadas.

Na década de 1980, entretanto, isso começou a mudar, segundo Martha Hill."A Universidade Johns Hopkins inaugurou a sua Escola de Enfermagem em 1984, nos mesmos moldes  das  Escolas de Medicina e de Saúde Pública, seguindo a filosofia da Instituição que associa educação à descobertas científicas.

”A Enfermagem está na ordem do dia porque os outros profissionais da Saúde finalmente entenderam o quanto ela tem a oferecer”, diz Grady. “E por que isso acontece? Porque lidamos com situações do mundo real”.
Fonte: Nursing Magazine, do Instituto Johns Hopkins, EUA


Ilustração: Jesse Kuhn





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